O Pai Natal e as prendas enganadas

Lembro-me de ser pequeno numa noite de Natal e acordar ansioso pela chegada do Pai Natal. Pé ante pé fecho pelo corredor sem fazer barulho, o cheiro a doces percorre o ar de toda a casa, vou descendo as escadas, ligo a luz, continuo a descer sem fazer barulho e espreito para a lareira, toda a casa dorme menos eu, estou ansioso por ver as prendas que o Pai Natal deixou. Quando estou prestes a chegar perto da lareira vejo uma coisa vermelha no chão, para meu espanto era o gorro do Pai Natal. De súbito escuto um barulho que vem da cozinha, e a porta do frigorífico a fechar, por instantes penso que seja a minha mãe mas quando chego à cozinha vejo que afinal de contas é o Pai Natal. Tal e qual como eu o idealizei, barbas longas e brancas, gordinho e com o seu fato. Ele não se apercebeu que eu estava ali, então foi quando o vi a beber duas cervejas e a comer uma sandes de presunto, depois ainda foi beber mais uma mini. Depois deste lanche foi até à lareira e deixou duas prendas embrulhadas, pegou no gorro e foi-se embora. Eu fiquei super contente e fui logo espreitar as prendas. Depois fui para a cama para os meus pais não desconfiarem. No dia a seguir quando acordei fui a correr até à lareira para abrir as minhas prendas quando acabo de abrir qual é o meu espanto: uma boneca e um conjunto de pinturas. Depois deste episódio nunca mais fui o mesmo, o Pai Natal tinha-se enganado nas prendas, nunca mais acreditei nesse impostor.