O palhaço triste

E quando as cortinas fechavam a tristeza apoderava-se dele mas a vontade estava sempre lá, fazer rir os outros. Paulo era palhaço num circo desde os seus 16 anos e já o pai trabalhava também no circo. Agora as coisas estavam piores, cada vez menos gente para ir ver os espectáculos o ordenado era cada vez mais magro e Paulo estava a ficar rapidamente mais velho. Todos os dias sentava-se em frente de um pequeno espelho a média luz e pintava a cara, vestia o fato e calçava aqueles grandes sapatos tão característicos, no fim o nariz vermelho como devia ser. Todos os dias esforçava-se para fazer os outros rir, brincava com as crianças, tirava fotografias com toda a gente, era muito querido pelos seus espectadores mas quando as cortinas fechavam e as luzes se apagavam a tristeza chegava e apoderava-se da escuridão que lhe ia na cabeça. Fazer rir os outros era bem mais fácil do que aguentar aquela vida de pessoa triste.

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