O homem do cemitério

Aquele homem sempre me intrigou, barbas longas e grisalhas, olhar vazio, rosto fechado. O homem do cemitério, era assim o seu nome, pelo menos para mim. Sentado na sua cadeira de plástico branca, ficava ali horas sentado a observar o tráfego de homens e mulheres com flores, velas e águas para deixar nas campas dos seus entes queridos. Estava sempre ali, fizesse chuva, fizesse sol, nunca lhe ouvi uma palavra, sempre observador, mas nada mais que isso. Foram anos a vê-lo ali sentado. Mas ainda no outro dia passei por lá e a cadeira estava vazia, não mais o vi. Não sei o que aconteceu, perguntei a quem lá andava se sabia do homem, mas para meu espanto ninguém nunca o tinha visto, aliás, até me disseram que a cadeira tinha sido deixada lá por alguém mas que nunca ninguém se tinha sentado lá.

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