Na tua escuridão

Estou a suar outra vez, as mão tremem, o coração bate desorganizado, estou ancorado numa cama que não é minha e eu só não quero ficar sozinho, não desta vez, prometo tudo mais uma vez, não te quero desiludir mas o medo começa-me a fazer reagir, sinto o terror em mim, sinto que estou sempre perto do fim. O dia nasce e eu permaneço no fundo desta cama para mim chega desta guerra, para mim chega desta escuridão, já vivo desde sempre sem nenhuma razão, quero saltar desta janela e nem preciso de perdão, quero apenas sentir o poder desta escuridão.
O sangue escorre-me agora pelas mãos, talvez tenha morrido, talvez seja suicídio, agora já me sinto em paz sem essa pressão que me desfaz, que se lixe tudo, agora pareço mudo, sem juízo, sem força, estou a sangrar outra vez, já não sinto nada, já só vejo sangue na minha almofada, sinto o silêncio, o pânico, tudo parece metálico e eu já sem reacção, acho que fui engolido pela tua escuridão.
Adeus...