Tu vives

O meu coração negro, preto, poluído por esse teu falso amor, deixaste-me a sangrar neste espaço em que é a dor. Sufoco é pouco, fico louco sem saber se vou ou não, querida vai-te embora e deixa-me respirar esta poluição, esta degradação de me envolver em ti. Dá-me, dá-me o que eu vi, eu sei o que peço, pois sei assim que te vi, toma o meu coração negro, come-o às postas, salta-me para as costas e agarra-me o cabelo, puxa-me o pelo e espera que eu apareça.
O meu coração é preto, o meu sangue negro, corres-me nas veias sem que nada o impeça, estou desolado, o organismo rejeita a tua voz aceita, eu morro, tu vives.