Meu companheiro

Às vezes abria o vidro e lá metias tu o focinho de fora. Aspiravas a maior quantidade de ar possível, eras feliz. O teu ar de satisfação por andares de carro por sentires o vento a levar-te o pelo. Era um vendido, já não conseguia deixar-te em casa, quando chegávamos à praia ficavas louco, eu dava-te a liberdade que tu tanto querias e corrias, corrias até te perder de vista, pouco depois já estavas de novo ao meu lado.
Foram anos de cumplicidade e companheirismo, hoje sei que já não te volto a ver, os teus brinquedos continuam no mesmo sitio, a coleira também. Ainda hoje quando ia no carro, abri o vidro e espreitei pelo espelho, continuavas lá, língua de fora, pelo em frente aos olhos, sempre feliz.

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